Pai, filho, irmão, cunhado, tio ou sobrinho. São cada vez mais as ligações familiares que vestem a mesma camisola e terem a mesma paixão: jogar à bola. A Associação de Futebol de Santarém falou com o pai e filho, ambos João Venâncio, treinador e jogador dos seniores da ACR Carvalhos de Figueiredo, e tio e sobrinho, Filipe Carvalho e Luís Pedro, jogadores do GD Ribeira Fárrio, e ficou a saber como é partilhar o mesmo campo e as mesmas emoções.

 

“Vou contar uma história. Estava naquela equipa há dez anos e tirei-o de um jogo de juniores para um jogo de seniores. Na altura, não o pus a jogar por ser meu filho, apesar de saber que ele me ia dar pontos. A partir daí nunca mais me condicionou. Temos de distinguir bem as barreiras”, garantiu o treinador da ACR Carvalho de Figueiredos, João Venâncio, após o jogo da 1ª Eliminatória do Playoff de Acesso à Taça Nacional de Seniores Futsal Masculino que decorreu no dia 5 de junho, no Pavilhão Gimnodesportivo de Minde.

 

Mesmo ao lado, a festejar a passagem ao jogo final está João Venâncio, jogador filho do treinador da ACR Carvalhos de Figueiredo. Joga nos seniores há 11 anos e confessa que nunca teve nenhuma discussão por o seu pai ser o treinador da equipa. A verdade, admite, “é que falamos pouco de bola fora de campo. Temos é brincadeiras entre pai e filho que muitas vezes ele leva a mal”, ri-se. Para o filho João Venâncio, quando se está a jogar mão se está a pensar que o treinador é o seu pai. Mas, acrescenta, “existe aquele nervosismo de se querer fazer bem para agradá-lo como treinador e como pai”.

 

Do outro lado do campo, vestido com as cores do GD Ribeira Fárrio, está Filipe Carvalho. Estamos já após o jogo final do Playoff de Acesso à Taça Nacional Seniores Futsal Masculino, que aconteceu a 6 de junho. “Já estou para deixar isto há muito tempo, mas tinha um sonho. Via-o (o meu sobrinho) a jogar aqui à bola e hoje aqui estamos com muito trabalho e ele merece isto tudo”, acredita, referindo que o sobrinho Luís Pedro, também jogador nos seniores do GD Ribeira Fárrio é que manda se ele deixará o futsal.

 

“Tínhamos este objetivo de fazer uma época juntos e foi este ano”, diz sorrindo ao mesmo tempo que se vai ouvindo os festejos da sua equipa que garantiu o acesso à Taça Nacional Seniores Futsal Masculino. Com 23 anos de idade, Luís Pedro afirma que vai custar quando o tio, Filipe Carvalho, largar a bola, mas tudo vai correr bem. Em relação a peripécias entre tio e sobrinho, Luís Pedro diz que são muitas, mas “prefere não contar. É que, confessa às gargalhadas, “até parece mal dizer para as câmaras”.


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